Decidir o futuro é uma treta!
Ultimamente, comecei a sentir na pele a mais comum das doenças dos jovens finalistas. Doença que pensava que era capaz de curar com umas reflexões e umas pesquisas, mas não é o que tem acontecido. Sim, porque ainda estou doentinha. A vossa sorte é que é apenas contagioso para alunos que acabaram o 12º ano. Quem me ouvir falar até pensa que é uma doença clínica, mas não, trata-se apenas do labirinto no qual já percorri vários caminho sem chegar à saída. Será um labirinto sem saída ou uma doença sem cura... Não, não é. É tão simples de resolver como escolher um simples curso para a universidade (será assim tão simples?!). Agora, ficam a saber que não, não são os únicos sem saber o que fazer... Como descobri as áreas de que mais gostava, principalmente, no 11°, sempre pensei que escolher o curso fosse mais fácil, mas não é o que tenho constatado. Muitos são os cursos nas mesmas áreas e muito semelhantes são os planos de estudo, apenas diferem nas designações. Puro marketing! Por mais que analise todos os cursos, existe sempre um defeito, uma falha... Confesso que recentemente recorri à ajuda de uma psicóloga vocacional, porque, mesmo juntando a opinião de amigos, de professores, de pais, a confusão nunca diminuía nem um pouco. Para já posso dizer que tem sido uma ajuda preciosa, visto que é uma opinião completamente objetiva e imparcial, o que torna os conselhos, talvez, mais apelativos para mim. Embora tenha dito muita coisa que os meus pais já me tinham dito, como é uma pessoa de fora, notei que duvidei menos.
Ao longo do meu percurso, fui aprendendo coisas novas de que gostava e outras que detestava, no entanto sempre tive a certeza de um curso para o qual nunca iria. Será que sempre o excluí por não gostar ou apenas por achar que não era capaz? Até hoje, não sei responder. Como a vida gosta de ser malandra e engraçada, esse mesmo curso, que sempre excluí, é agora a opção responsável pela grande confusão e indecisão que vivo. Neste momento, sinto que, para além de pesar e medir os prós e contras de cada curso, talvez tenha de ouvir mais o meu instinto e nem tanto a razão, visto que esta está sempre preocupada em arranjar falhas em cada curso. Claro que eu sei que esta é uma escolha totalmente reversível e apenas com danos na carteira dos meus pais, porque, para mim, todas as coisas que viverei associadas a esta decisão, sejam fracassos ou sucessos, contribuirão para o meu crescimento e conhecimento próprio, mas mesmo assim não deixo de estar um pouco ansiosa. Eu gostava de ser capaz de criar uma espécie de bolha para pensar e me desfazer de qualquer rótulo que possa ter adquirido relativamente ao meu futuro, pois, quando todos os dias me perguntam se já sei qual é o curso que quero, com um grande sorriso respondo que não. Esse sorriso expressa o oposto do que sinto, na verdade, sempre que ouço essa pergunta, sinto-me que sufoco um pouco mais.
Não posso deixar de partilhar aquelas filosofias baratas e dizer-vos para não se esquecerem que a última palavra é sempre nossa, dado que se trata do nosso futuro e do futuro do dinheiro dos nossos pais, mas este não é ou não deveria ser problema nosso. Agora toca a ganhar inspiração para descodificar os planos de estudo, objetivos e saídas profissionais de cada curso. Divirtam-se....
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Obrigada por te teres cruzado com o meu caminho.
Beijocas.